Há demanda reprimida e expectativa pela normalidade
O mercado de eventos sociais, que atende festas de casamento e de debutante, começa a sinalizar a retomada neste início do ano. O segmento foi um dos mais afetados pela pandemia. Com o aumento da vacinação e flexibilização das regras, cresce a procura por pedidos de orçamento nas empresas.
Para o Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC (Sehal), o setor precisa se recuperar e seguir adiante. “O mercado está reprimido, existem muitas pessoas e empresas que estavam aguardando o momento ideal para realizarem os seus eventos tão sonhados, sem contar os muitos que tiveram que ser adiados”, comenta Beto Moreira, presidente do Sehal.
O Mansão Ilha de Capri, em São Bernardo, especializado em eventos sociais e corporativos, está com uma agenda de novos eventos. “Todos que foram adiados já conseguimos repor até dezembro do ano passado. Agora, a procura é para novas festas”, disse o proprietário Marcelo Paulin. Segundo ele, a empresa oferece uma degustação semanal para apresentar a festa aos clientes. E após a apresentação tem ocorrido o fechamento das festas.
De acordo com o empresário, apesar da procura, as festas acontecem com menor número de pessoas. Os seus três salões que têm capacidade para 300/400 pessoas, recebem atualmente 150/200 pessoas. “E já foi até menor”, reforça. No entanto, Marcelo comemora o número de festas realizadas por mês, cerca de 25, número que ele já considera normal. O empresário disse que começa a respirar aliviado e prefere não comentar os piores momentos vividos pelo setor.
Aposta
Também especializado em eventos sociais, o Buffet Aliance, de Santo André, caminha para uma normalização. “Com esse crescimento do número de casos de covid houve uma retração. As pessoas estão mais receosas neste momento. Mas, sentimos que vai melhorar”, aposta o proprietário Manoel Albino.
O ideal, segundo ele, seria a realização de oito a dez festas por mês. No entanto, estão sendo promovidas de quatro a seis, incluindo os remarcados. “Com a pandemia, houve uma mudança natural no encolhimento das festas. Mas, todas as vezes em que o governo flexibilizou as restrições da pandemia e sinalizou uma volta gradual à normalidade, ao longo dos últimos meses, houve picos de pessoas procurando pelos serviços. E também com o avanço da vacina”, lembrou.
Mais casamentos
Os empresários acreditam que 2022 seja o ano da retomada. Dados da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) indicam que o número de casamentos deve saltar 47% no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano passado. A associação que representa todos os cartórios de registros civis projeta que os primeiros seis meses deste ano podem bater 624 mil casamentos.
O número leva em consideração um represamento de mais de 200 mil casamentos registrado nos anos de 2020 e 2021. Na prática, o número de registros oficiais de matrimônio gira em torno de 1 milhão por ano no Brasil.