Por Estela Regulle*
Você que é empreendedor no Brasil, está acostumado com a emoção da mudança, do desconhecido, da instabilidade.
Mas, se tem uma coisa que realmente pode tirar o sono, é entrar no vermelho!!!
E aí? O que fazer a partir de agora?
Não se desesperar é o primeiro passo, existem alguns caminhos que podem ser seguidos.
Se é na empresa que a conta não está fechando, a primeira coisa a fazer é entender se estão separadas as contas das pessoas Jurídica e Física. Se não estiverem, comece por aí. Separe estas contas.
Entenda todas as despesas do seu negócio, as fixas (que não mudam, independente do seu faturamento) e as variáveis (que como o próprio nome diz, variam de acordo com o faturamento), veja se não está gastando demais. Corte despesas desnecessárias, é preciso agir com rapidez para não aumentar o problema.
Agora analise suas receitas, produto a produto, estude o custo e o preço de venda, como está sua margem? O que está entrando é o suficiente para pagar as contas?
Se o lucro por produto está bom, então o volume de receitas pode estar baixo, neste caso, foque em aumentar as receitas. Reveja seus pontos de contato com o cliente, analise se está entregando o que estão querendo, perceba suas falhas, melhore sempre.
Agora é hora de olhar para o monstro! Quanto de fato está devendo? E para quem?
Cheque especial e cartão de crédito são verdadeiros vilões pelas suas altas taxas de juros, então, é importante que estas dívidas sejam rapidamente estancadas. Procure seus credores e negocie. Valores que você possa pagar e um prazo que faça sentido e sem aumento de juros.
Fornecedores são importantíssimos para o negócio, sempre negocie, com honestidade e honrando aquilo com o qual se comprometeu.
Impostos são parceláveis, fale com seu contador, mas não deixe seu nome ser negativado.
E por fim, foque em criar uma reserva para capital de giro.
Agora se o problema está nas contas pessoais, algumas coisas são diferentes.
Veja quais são suas entradas e coloque estes valores numa planilha e na sequência descreva cada uma de suas despesas fixas como aluguel, prestações, colégio etc. e variáveis, como cartões de crédito, mercado, passeios.
Faça o exercício sincero de entender tudo o que é supérfluo e corte, pois, na hora de arrumar as finanças é fundamental ser focado para conseguir superar o assunto o quanto antes.
Negocie com urgência com cada um dos seus credores, sendo bastante realista com o que se compromete a pagar.
Assim que conseguir se livrar das dívidas passe a ser poupador, crie uma reserva de emergência, este valor é fundamental para que você tenha liberdade em sua vida.
Viva sempre com um padrão de vida um pouco inferior as suas entradas, esta diferença é fundamental para que você tenha tranquilidade financeira sempre.
E por fim, avalie o que realmente faz sentido para você e sua família. Passear? Aprender? Hobbies?
Não importa o que, o importante é usar seu dinheiro para poder usufruir destes prazeres, com sabedoria e sem esquecer do futuro.
*Estela Regulle é mentora e consultora em finanças.