Silas Colombo, fundador e CCO da MOTIM*
Foi-se o tempo em que o LinkedIn era conhecido apenas como “uma rede social com vagas de emprego”. Nos últimos anos, a plataforma tornou-se um verdadeiro expoente de novidades sobre o ambiente corporativo e passou a ser uma grande aliada na comunicação das empresas, tanto para a comunicação interna como para o próprio mercado. Contudo, mesmo com um grande potencial, muitas marcas – principalmente startups – ainda batem cabeça no momento de estabelecer uma conexão empática e com maior naturalidade junto aos seus stakeholders. Esse cenário ocorre porque muitas companhias ainda optam por manter suas comunicações em níveis institucionais, em que se cria a ilusão de perfeição corporativa, e não um local composto por seres humanos com identidades próprias.
Hoje, as marcas que se sobressaem no contexto atual são aquelas que se relacionam com o seu público (sejam parceiros, clientes e talentos do mercado) de uma maneira muito mais próxima e pessoal. Ou seja, mais do que mostrar quão eficiente é sua empresa, é preciso apresentar como as ações são feitas, o racional por trás dela, entre outros fatores de humanização. Isso raramente é possível de construir pela comunicação institucional, mas a oportunidade que o LinkedIn traz para líderes e porta-vozes estabelecerem esse processo é uma verdadeira “mina de ouro” para gerar engajamento com o propósito da marca.
Além de obter uma conexão mais engajadora, a maneira como essa relação chega à comunidade também se torna mais ágil e rápida. Com essa mesma velocidade, a efetividade do conteúdo é sentida naturalmente a partir do volume de engajamento. Basicamente, é um sistema que funciona como um termômetro, que mostra como as pessoas daquele ambiente estão reagindo aos temas abordados, seja pelas suas respostas diretas ou pelo tom das falas. Com esse direcionamento extremamente claro e espontâneo, é possível acelerar procedimentos para se moldar mais relacionamentos para vendas, recrutamento ou outros objetivos.
Mais do que isso: é possível ainda realizar integração entre o planejamento estratégico e a marca institucional. Na rede social, cada porta-voz de uma startup pode construir diálogos diretos com público-alvos distintos e a junção dessas abordagens traz uma nova visão da comunicação feita por aquela instituição. No fim das contas, trata-se de um movimento que promove o atributo de unidade, afinal, há uma série de narrativas das áreas que se interligam e revelam os valores do grupo.
No entanto, essa cadeia só é formada com um processo de obtenção e construção de informações eficientes, para que os departamentos consigam transmitir as suas mensagens com empatia e de uma maneira que traga um entendimento de valor da comunidade. Por isso, hoje é imprescindível que as companhias que desejam acelerar sua reputação na plataforma corporativa invistam em uma equipe de comunicação que possuam habilidades de jornalismo e PR para colaborar com esse objetivo.
No primeiro caso, porque a competência jornalística pode conduzir os líderes a contarem histórias em um formato adequado. Muitas vezes as narrativas das empresas são interessantes, mas o modo como são relatadas podem se tornar confusas se não forem inseridas com uma abordagem assertiva. Já em outras ocasiões, as ações podem acabar ficando retidas dentro da própria companhia. Logo, a capacidade de um profissional capaz de apurar as informações e externalizar ao conhecimento do público é um ponto-chave para o sucesso da estratégia. Já as aptidões em RP facilitam no momento dos ajustes finais, levando aos conteúdos o propósito da marca. Com esse toque, o público absorve com clareza o posicionamento da corporação e entende de uma forma esclarecedora o que ela pode oferecer.
A verdade é que o LinkedIn consegue ser uma eficiente porta de entrada para humanizar a relação com os stakeholders e elevar a startup a um novo patamar. Certamente, as companhias que fecham os olhos para todo esse cenário estão perdendo negócios e a maioria dos talentos para a concorrência. As formas tradicionais de fazer a comunicação institucional já não trazem o nível de precisão no diálogo disponibilizado pela plataforma. É preciso que o mercado mude essa mentalidade.
*Silas Colombo é fundador e CCO da MOTIM, a primeira aceleradora de reputação e gestora de posicionamento do mundo.