Por Jackeline Bozza*
Para que as empresas alcancem o sucesso e um patamar de reconhecimento no mercado, investir em inovação é primordial. No Brasil, esta pauta vem sendo cada vez mais prioritária na agenda de discussão entre os líderes de companhias e, consequentemente, o país tem alcançado melhores posições globais no ranking de inovação. Na edição de 2022 do Índice Global de Inovação (IGI), o país subiu três posições, saindo da 57ª colocação para a 54ª.
Sendo assim, a inovação no Brasil reforça a importância não apenas de uma expansão do mercado nacional, como também um reconhecimento do país perante o cenário global. Além disso, as empresas que investem em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e aperfeiçoamento dos negócios, podem ganhar mais produtividade e garantir, por consequência, a melhoria do bem-estar da população brasileira.
Como investir em inovação?
A inovação não refere-se apenas, como muitos pensam, ao departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de uma companhia. Pelo contrário, investir em inovação é ir muito além da criação de um modelo de negócio disruptivo, uma vez que, dentro de uma empresa, diversas áreas e departamentos possuem espaços para serem aprimorados por meio da inovação.
Desta maneira, as organizações que desejam contribuir para o avanço inovativo no Brasil, começando com a implementação de algum tipo de inovação em seus processos, devem contar com um apoio externo, que possui o importante papel de indicar se determinado projeto está ou não alinhado com a sua competência tecnológica, auxiliar com o credenciamento, além de ajustar a infraestrutura necessária para que a empresa prossiga com determinado projeto de inovação.
Portanto, pensando nas principais necessidades de inovação das companhias, recentemente, a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) apresentou os novos modelos de apoio à inovação no Brasil, os quais têm como propósito contribuir para o desenvolvimento e sucesso das organizações, além de fomentar o cenário da inovação nacional.
Novos modelos de apoio à inovação no Brasil
Rede de Tecnologias e Inovação Digital: tem como objetivo auxiliar as empresas brasileiras a expandirem sua capacidade produtiva e a competitividade, por meio do incentivo ao uso e desenvolvimento de tecnologias de fronteira no processo produtivo.
Rede de Inovação em Bioeconomia: visa estimular e fomentar a atividade de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) entre centros de pesquisa e empresas, agregando valor e sustentabilidade à biodiversidade brasileira.
Rede de Descarbonização, Mobilidade e Logística: estruturado para apoiar a cadeia de fornecedores do setor, este modelo fortalece as atividades de PD&I das empresas com os recursos técnicos e financeiros.
Modelo LAB2MKT (Lab To Market): voltado às pequenas empresas, startups e empreendedores, que como o próprio nome traduzido já indica, “Do laboratório ao mercado”, tem como propósito promover inovações para auxiliar desde o desenvolvimento tecnológico até a consolidação das empresas no mercado. O modelo diminui os custos e os riscos tecnológico e mercadológico, potencializando as chances das instituições provarem que seu modelo de negócio é viável economicamente. Nesta modalidade, as empresas podem ainda contar com a parceria do SEBRAE para complementarem a contrapartida nos projetos.
Parceria EMBRAPII e BNDES: o Programa Inova + foi concebido em parceria com o BNDES para apoiar o desenvolvimento dos projetos de P&D. O foco do desenvolvimento envolve soluções inovadoras na área de transformação digital, defesa, novos materiais, bem como quatro temas relacionados à sustentabilidade social e ambiental: bioeconomia florestal biocombustíveis, economia circular e tecnologias estratégicas para o Sistema Único de Saúde.
Os incentivos fiscais e os novos modelos de inovação
Atualmente, ainda existem no Brasil diversos incentivos fiscais que visam amparar as empresas, oferecendo recursos que ampliem a possibilidade de sucesso no desenvolvimento de iniciativas inovadoras nas mais diversas esferas econômicas, tais como a Lei do Bem, Lei de Informática, Rota 2030 e Ex-Tarifário.
Para que uma companhia impulsione ainda mais sua inovação, a utilização destes incentivos pode ser realizada, por exemplo, em conjunto com os modelos de apoio à inovação apresentados pelo EMBRAPII. Ou seja, a empresa pode usar suas obrigações de PD&I para investir em um dos projetos EMBRAPII, os quais poderão oferecer todo suporte e tecnologia necessários para otimizar determinado departamento ou negócio da empresa.
Desta maneira, com projetos cada vez mais consistentes, as companhias contam com a possibilidade de se desenvolverem com maior qualidade no mercado atual, tecnogicamente mais preparadas e com a garantia de ofertar melhores experiências e soluções aos seus clientes. Assim, a inovação no Brasil pode ser ainda mais reconhecida nacional e internacionalmente, ampliando a força do mercado brasileiro no cenário inovativo global.
*Jackeline Bozza é Coordenadora de Serviços do FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).