Márcio França (PSB) reforçou, nesta segunda-feira (dia 27), no Ciclo de Debates com empresários, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), que continua na disputa eleitoral para o Governo paulista.
França estaria sofrendo pressão do PT para abandonar sua candidatura em prol de apoio daquele partido para que ele concorra a uma vaga no Senado Federal. “Quando você é um bom adversário, os outros não querem que você dispute; é natural”, disse.
O pré-candidato confirmou também que vai conversar, em breve, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ex-governador Geraldo Alckmin, mas que, neste bate-papo, pretende apenas discutir a situação do País e não um suposto abandono à sua candidatura ao Governo do Estado.
“Eles sabem qual é a minha opinião; eu defendo que uma candidatura como a nossa amplia mais (as discussões políticas) do que uma candidatura do partido dele”, disse. “Um eventual segundo turno comigo, que tenho de 15 a 20 pontos nas pesquisas, seria muito difícil para todos”, complementou.
Durante o Ciclo de Debates com Pré-candidatos ao Governo do Estado, promovido pelo Conselho Político e Social (Cops), da ACSP, e pela Facesp,
França apresentou alguns dados relacionados ao Estado nas áreas de educação e da saúde que, em sua avaliação, são preocupantes.
Segundo ele, a crise em São Paulo foi agravada nos últimos anos por fatores externos como a pandemia, mas também pela má gestão do governador João Doria.
“Hoje, o Estado não tem nenhuma liderança e encaminhamento para os problemas que ainda atingem e prejudicam a população; um estado como São Paulo, o principal da federação, deve ter lideranças mais firmes que ataquem diretamente os problemas”.
O pré-candidato lembrou, ainda, da boa estrutura do Estado, tanto na saúde quanto na educação, mesmo tendo críticas e propostas diferenciadas para esses setores.
Ele lembra que existe uma demanda gigantesca nas áreas prioritárias, mas que a rede de saúde não acompanhou o crescimento da demanda. “Temos que investir mais nessa área tão atingida pela pandemia”, defende.
Na educação, França lembrou o projeto da Univisa, faculdade cujo ensino virtual é defendido por ele como uma solução para a inclusão de alunos que hoje estão fora da escola. O pré-candidato afirmou também que todos os municípios devem oferecer creches com capacidade para atender todas as idades.
Em relação às questões tributárias e fiscais, França promete soluções mais objetivas, inclusive com a possibilidade de resolver o sistema de cobranças de impostos em São Paulo, já que no governo anterior muitas foram feitas por meio de decretos delimitados pelo então governador Doria.
“O governo que passou foi tão desastroso que vamos sentir o impacto dessa má gestão nos próximos anos; tudo isso vai gerar um grande passivo para São Paulo, já que defendo a devolução dos pagamentos das cobranças feitas por decreto no governo anterior”, afirma.
Questionado pelo presidente da ACSP, da Facesp e da Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto, sobre a questão dos moradores de rua na cidade de São Paulo, França disse que o poder público acaba empurrando as pessoas para a periferia.
“Estamos empurrando as pessoas para longe do centro”, diz. Para ele, lotes urbanizados podem ser a solução desse problema, com a oferta de uma cesta de material para as pessoas construírem suas casas.
Sobre o centro de São Paulo, o pré-candidato afirma que as soluções envolvem a participação da iniciativa privada, mas também do investimento do Estado, vontade política e um projeto viável. “Temos um grande número de hotéis e pensões que podem ser utilizadas em um programa de habitação no centro; para uma situação de emergência, temos que contratar essas acomodações”, indica como solução.
Para a cracolândia, ele afirma que o Governo precisa ajudar a Prefeitura de São Paulo. “Dou um prazo de um ano para zerar o número de pessoas em situação de rua e resolver o problema definitivamente”, afirmou. “Vamos fazer isso investindo; Poder público tem solução para tudo, o que não tem é vontade política”, conclui.