Iniciativa tem como foco incentivar e melhoras a inserção dos jovens no mundo do trabalho
Pensando em país com mais de 54 milhoes de estudantes e chamando a atenção para a necessidade de uma maior integração entre políticas públicas educacionais e a inserção dos jovens no mundo do trabalho, o Fórum da Juventude pela Educação apresentou nesta quinta-feira (27/1), em uma coletiva de imprensa, propostas e oportunidades de atuação, em uma síntese desenvolvida a partir de reuniões e encontros nos últimos meses.
Estiveram presentes, representando o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o presidente do Conselho de Administração, José Augusto Minarelli; o CEO, Humberto Casagrande e o superintendente Institucional, Ricardo Melantonio. O professor Daniel dos Santos, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social da Universidade de São Paulo (Lepes-USP) e o professor Wander Soares, da Academia Paulista de Educação também participaram.
De acordo com os integrantes do Fórum, a maioria dos estudantes ingressa no mundo do trabalho ao concluírem o ensino médio. Assim, o primeiro emprego se torna uma atividade traumática, com alto grau de precariedade, com o jovem atuando sem experiência ou habilidades técnicas.
“O cotejo dos números mostra a quantidade de alunos em evasão escolar, jovens desempregados, que não terminam o ensino médio. Nessa direção, entendemos que no Brasil não há estudo se não houver trabalho. Para que haja conclusão e melhoria dos estudos, é preciso haver trabalho. O jovem tem que trabalhar para estudar”, explicou o CEO, Humberto Casagrande.
O grupo constatou que o novo ensino médio pode auxiliar a gerar mais oportunidades, e o tempo integral precisa ser integrado com o estágio ou aprendizagem para o desenvolvimento de habilidades técnicas e emocionais.
“O conjunto das propostas trabalha para fortalecer as oportunidades tanto preservando os direitos que já foram garantidos, quanto de aprofundar a conexão com um projeto pedagógico mais amplo visando desenvolvimento. É preciso desburocratizar, disseminar e fortalecer novas práticas a partir de uma mudança de perspectiva, para que o jovem ingresse de maneira positiva no mundo do trabalho, já que a desarticulação limita ações entre sociedade civil e o governo”, acrescentou o professor Daniel.
Neste sentido, experiências práticas devem ser fortalecidas. Em um mundo profissional cada vez mais sob influência das novas tecnologias, a geração de oportunidades de estágio e aprendizagem deve ser estimulada e facilitada, assim como o aperfeiçoamento de políticas públicas. Para isso, também é interessante que se tenha conhecimento sobre os segmentos da economia com maior tendência de crescimento regionalmente.
“O jovem é mal informado e não conhece as possibilidades que ele tem, deixando passar oportunidades por não conhecer as suas potencialidades e os seus direitos. A educação não pode ser desconectada do mundo do trabalho. A mudança de patamar em termo de desenvolvimento passa, necessariamente, por uma integração”, defendeu o professor Wander Soares.
CIEE
Desde sua fundação, há 57 anos, o CIEE se dedica à capacitação profissional de estudantes por meio de programas de estágio. Em 2003, abriu uma nova frente socioassistencial com a aprendizagem. Em paralelo, mantém uma série de ações socioassistenciais voltada à promoção do conhecimento e fortalecimento de vínculos de populações prioritárias.