Principal setor econômico de Diadema para exportações, o segmento de máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos apresentou evolução, no primeiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, ao saltar de R$ 150,8 milhões para cerca de R$ 154,4 milhões em investimentos (segundo cotação do dia 29 de abril no site do Banco Central do Brasil), um acréscimo de 2,6%. Os dados são do balanço trimestral do Ciesp (Centro das Indústria do Estados de São Paulo), que também aponta desafios para a cidade não frear a economia local.
O segmento representa um volume de 46% das exportações de Diadema nos três primeiros meses deste ano, fazendo com que o município seja o único, entre as diretorias regionais do Ciesp no ABC, a apresentar ascensão no carro-chefe da economia local. Isso porque Santo André teve queda do segmento de armas e munições em 3,3%, enquanto São Bernardo e São Caetano caíram, respectivamente no ramo de veículos, automóveis e tratores, em 13,1% e 29,3%.
Entretanto, no aspecto geral, Diadema teve queda no volume de exportações somando todos os quadros econômicos, embora a variação negativa seja a menor do ABC, por volta de 3%. O município apresentou ligeira queda no primeiro trimestre de 2024, em comparação ao período de janeiro e março do ano passado, de R$ 340,1 milhões para R$ 329,9 milhões. Já Santo André e São Bernardo tiveram redução que superaram os 10%, enquanto São Caetano registrou decréscimo em cerca de 36%.
Para Fernando Marques, head de análise de comércio exterior do Ciesp, as exportações da categoria em Diadema foram impulsionadas pelos embarques de partes e peças de máquinas-ferramentas de corte, furação e usinagem a laser, que cresceram 36% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. “Os dados mostram também que o mercado dos Estados Unidos absorveu uma parte significativa da queda das vendas para a China (declínio de 79,4%), uma vez que os norte-americanos compraram 108% a mais em volume deste produto do que nos três primeiros meses de 2023. O restante dos setores parece ter sofrido os impactos da desaceleração econômica da Argentina, um parceiro importante para as exportações automotivas da regional”, destaca.
Segundo Marques, o comércio exterior brasileiro apresenta um desempenho robusto nos últimos anos, inclusive com registro de saldos comerciais históricos. “Em relação a indústria de transformação, o vetor positivo é a perspectiva de crescimento econômico dos Estados Unidos, que deve impulsionar o comércio exterior entre coligadas. Por outro lado, o setor deve se ressentir do ajuste econômico em curso na Argentina, que tem restringido ainda mais a demanda interna”, projeta.