Por Cristiane Mancini*
O Indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou aumento de 0,4% e atingiu 77,6 pontos em fevereiro (a pontuação máxima é de 100 pontos).
Por faixa de renda, as famílias que recebem acima de dez salários mínimos mostraram queda de 0.6% no mês e as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos subiu 0.7% atingindo 74 pontos.
Por regiões, o Norte foi a única região com queda (-1.2%) e sendo o menor indicador, com 58.3 pontos, enquanto que o Sul representou a maior alta, de 1.9%, com 87.7% pontos.
Quando o tema é compra de imóveis, automóveis, o acesso ao crédito é algo relevante. E esse teve percepção de piora para 42,4%.
A confiança do brasileiro em relação à compra também não é a das melhores. A parcela de consumidores que acredita ser um momento negativo para a compra de bens duráveis como automóveis, por exemplo, é de 75,4%, enquanto em fevereiro era de 73,6%, chegando em 43,5 pontos.
Entre as famílias pesquisadas, 48,9% demonstraram uma perspectiva profissional negativa em fevereiro, abaixo do 50,3% no mês passado, não visualizando em uma promoção ou possibilidade de expansão de carreira ou mesmo em uma recolocação profissional.
Quanto ao futuro? 47,1% das famílias brasileiras acreditam que irão reduzir suas compras nos próximos três meses, sendo a menor taxa desde abril de 2020, para a pontuação de 39,5%.
Segundo o levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo das famílias brasileiras aumentou em 1,23% em janeiro em comparação com o mesmo mês do ano passado. Esse monitoramento incorpora todos os formatos de varejo alimentar operados pelo setor supermercadista, como lojas de vizinhança, minimercado, supermercado, hipermercado, atacarejo e e-commerce.
Os preços seguem sendo alguns dos fatores mencionados pelos brasileiros para reduzir o consumo ou responsáveis pela troca de produtos ou marcas.
E você alterou suas formas e intenções de consumo?
*Cristiane Mancini é economista e mestre em economia pela PUC-SP, docente universitária e autora de livros sobre Economia.