A produção sustentável tornou-se uma prioridade estratégica para o setor, com metas e objetivos bem definidos
Em razão das crescentes preocupações com as mudanças climáticas e a degradação ambiental, a sustentabilidade tornou-se uma prioridade estratégica também para as indústrias automotivas. A grande maioria das montadoras tem desenvolvido várias atividades no sentido de tornar seus produtos e processos fabris mais sustentáveis, gerando menores impactos ambientais e emissão de rejeitos para o meio ambiente.
Dr. e Prof. em engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Clayton Barcelos Zabeu, ainda lembra que o setor de transporte rodoviário é responsável hoje por um quinto da emissão de gás dióxido de carbono no mundo (incluindo transporte aéreo, marítimo e ferroviário, esse número passa para um quarto).
“Como temos buscado uma forma de reduzirmos as mudanças climáticas geradas pela civilização, a indústria automotiva também vem sendo cobrada a realizar esforços nesse sentido, seja produzindo veículos menos emissores de CO2, seja empregando processos fabris menos impactantes, energeticamente mais eficientes, e reduzindo a geração de resíduos. Investidores também têm pautado suas estratégias com um olho na sustentabilidade, uma vez que a opinião pública e movimentos de redes sociais têm cobrado comportamento mais “eco-friendly”, comenta o engenheiro.
Sustentabilidade X qualidade
Parte dos consumidores acreditam que carros sustentáveis podem ter qualidade inferior. No entanto, o emprego de materiais reciclados não é sinônimo de perda de qualidade percebida, na realidade elas só auxiliam a concepção de um produto melhor para o planeta. Uma bateria de um veículo convencional, por exemplo, mesmo não sendo elétrico ou híbrido, é fabricada com chumbo reciclado. Ligas de alumínio, cada vez mais empregadas no setor automotivo, plásticos e vidros são outras fontes de materiais que também podem ser reciclados e empregados novamente na fabricação de veículos, sem perder a qualidade ou de propriedades desses materiais.
“Portanto, o grande desafio para o aumento de emprego de materiais reciclados nos setores fabris muitas vezes está no custo do processo como um todo e na disponibilidade desses materiais em larga escala, e não em aspectos técnicos e em redução de propriedades desses materiais”, completa Zabeu.