Por meio de tecnologia desenvolvida para instrumentalizar e facilitar a operação, plataforma Digcap conecta vendedores de ações judiciais e seus advogados a investidores interessados em adquirir os casos
O mercado de antecipação de créditos judiciais está deixando de ser uma área desconhecida para os brasileiros. Impulsionada pelos efeitos econômicos trazidos pela pandemia e a urgência de o país desafogar seu sistema judiciário, a venda de créditos judiciais vem atraindo tanto pessoas que querem receber o dinheiro da ação sem precisar aguardar o final do processo como investidores interessados em adquirir os casos.
Especializada na tecnologia que viabiliza essa intermediação, a startup Digcap analisa os dados de ações e valora os processos, considerando desde a jurisprudência até o tempo estimado para a resolução do caso. Em acordo com o autor do processo, a startup calcula o valor de venda e desconta um percentual para criar interesse ao comprador. A empresa projeta intermediar mais de R$ 10 milhões em 2022, um crescimento de 100% em relação a 2021. Somente no próximo mês de abril, a Digcap deve analisar cerca de 1 mil processos.
“Somos o único ecossistema que conecta vendedores (autores de ações judiciais e seus advogados) com investidores interessados em adquirir os casos. Desenvolvemos tecnologia para instrumentalizar e facilitar a intermediação, que possibilita auxiliar as pessoas na venda de seus créditos judiciais sem precisar esperar pela justiça”, afirma Leonardo Stocker, sócio-fundador da Digcap. A startup faz parte do portfólio de startups da WOW Aceleradora, maior aceleradora independente do Brasil, composta por uma rede de mais de 300 investidores-anjo.
Entre os tipos de processos em que é permitida a venda com cessão de crédito estão ações cíveis e trabalhistas, precatórios e Requisições de Pequeno Valor, por exemplo. Legal e prevista no ordenamento jurídico brasileiro, a venda de ações judiciais, no entanto, não permite que sejam negociadas ações judiciais que dizem respeito aos direitos da personalidade de um indivíduo, pagamento de pensão alimentícia e créditos falimentares. De acordo com o relatório “Justiça em Números”, realizado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), existem 80 milhões de processos tramitando no judiciário. Desses, 94% dos processos estão concentrados no primeiro grau.