Consumidores mais exigentes e conscientes provam que práticas ESG também podem impactar os negócios de pequenas e médias empresas
O consumidor brasileiro está cada dia mais exigente e criterioso em relação aos serviços que contrata e marcas que consome. Se antes ele só se preocupava com preço e qualidade dos produtos, agora ele também avalia a consciência coletiva, as práticas e os valores que as empresas possuem em relação ao meio ambiente e a sociedade.
Segundo pesquisa realizada pela agência Union + Webster, 87% da população brasileira prefere comprar de empresas sustentáveis, sendo que 70% declara não se importar em pagar um pouco mais caro por isso.
O ESG – Environmental, Social and Governance — é um conjunto de boas práticas a serem seguidos pelas empresas relacionados a três principais aspectos: meio ambiente, social e governança. Muito comum entre as grandes empresas, as práticas de ESG também já estão impactando os resultados e a competitividade no mercado de pequenas e médias.
O Comitê de ESG do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), fez uma pesquisa inédita com 100 empresas sediadas na cidade de São Paulo. Os resultados mostram que grande parte das pequenas empresas não identificam o impacto ambiental que causam no meio ambiente, afinal essa discussão é mais frequente em grandes companhias, principalmente as vinculadas ao setor industrial.
As pequenas e médias empresas ainda têm muito a aprender, afinal ESG já se tornou um grande diferencial competitivo para os negócios. Mas já existem exemplos como a operadora logística LogMed, empresa de médio porte com mais de 250 colaboradores, que deu os primeiros passos em busca de se tornar uma empresa ESG.
Ciente do impacto que suas atividades podem causar no meio ambiente, a operadora especializada em logística hospitalar, realiza algumas iniciativas desde 2021. Para reduzir o uso de copo plástico, papel toalha e papel sulfite, desenvolveu ações junto aos colaboradores como o uso de canecas reutilizáveis, redução de impressão e instalação de secadoras de mãos nos banheiros.
“Um grande marco em nossas ações sustentáveis foi a conquista do selo Carbono Friendly em julho do ano passado. Agora podemos calcular quanto emitimos de CO2 na natureza e reverter esse valor em créditos de carbono para apoiar projetos de reflorestamento ambiental e outras iniciativas sustentáveis”, declara Danilo Magri, diretor executivo da LogMed.
Em fevereiro de 2022, a LogMed deu início ao “Projeto Sustentabilidade – ESG 2022 na Logmed” e formou um time com 28 colaboradores focado em desenvolver, monitorar, colocar em prática e conscientizar as ações sustentáveis da empresa. O projeto inicial, referente a gestão de descarte de resíduos, apresentou números relevantes em apenas dois meses como 3.500 quilos de papelão, 269 quilos de papel sulfite, 80 quilos de plástico e 321 quilos de alumínio e ferro coletados e entregues para descarte em empresas de reciclagem.
Ser ESG vai muito além de sustentabilidade e também se refere a governança da empresa. A LogMed, preocupada em equalizar e desenvolver outras formas de gestão em um setor tipicamente masculino, possui uma coordenação majoritariamente de mulheres e investe em programas para desenvolvimento de líderes júnior.
Segundo Magri, a caminhada é longa mas já passou da hora de pequenas e médias empresas colocarem ESG como pauta e meta de seus negócios. “Sabemos que precisamos de muito mais para nos tornarmos uma empresa ESG, mas estamos trilhando esse caminho e buscando abranger ao máximo nossas ações”.