FGV EAESP divulga os resultados da 33ª pesquisa anual do Uso de TI

Nesta quinta-feira (26), o Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) divulga um amplo retrato do mercado de Tecnologia de Informação (TI), com resultados de estudos e pesquisas do uso de TI nas empresas. A pesquisa teve uma amostra significativa de 2.650 médias e grandes empresas.  

O que mais chamou a atenção na edição de 2022 foi a confirmação do valor da antecipação da adoção da TI nas empresas: anos de antecipação que ocorreram em meses. Os resultados medidos comprovam uma antecipação do processo de Transformação Digital e Uso da TI nas empresas de 1 a 4 anos.
 

Temos 447 milhões de dispositivos digitais (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil (corporativo e doméstico), ou seja, mais de 2 dispositivos digitais por habitante em junho de 2022. O smartphone domina a maioria dos usos, como nos bancos, compras e mídias sociais.
 

Continuamos com mais de um smartphone por habitante. São 242 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil. Adicionando os Notebooks e os Tablets são 352 milhões de Dispositivos Portáteis ou 1,6 por habitante. No Brasil vende-se 3 celulares por TV!
 

Vamos ultrapassar 216 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet) em uso no Brasil no início de 2023, atingindo 1 computadores por habitantes (100% per capita). As vendas em 2021 tiveram um crescimento espantoso de 27% com 14 milhões de unidades. Trabalhar, estudar de forma híbrida ou blended continuará a aumentar o uso e a venda de dispositivos digitais? A tendência é que sim, em 2022 estima-se um crescimento perto de 10%!
 

Acreditamos que o isolamento, ensino e o trabalho a distância da Pandemia vão deixar marcas permanentes na forma com que transacionamos, vivemos e enxergamos a TI e deverá resultar em um modelo que combina o presencial com o remoto (blended e não híbrido) em uma solução que integra e potencializa as capacidades humanas com as digitais!

É notável que o uso e os gastos e investimentos em TI nas empresas de 8,7% da receita continuam crescendo, mais ainda em 2021 e 2022, em valor, maturidade e importância para os negócios existentes e para viabilizar novos modelos de negócios. Seu valor depende de vários fatores: os dois principais são o estágio ou nível de informatização e o ramo no qual a empresa opera.

Esse Índice é o gasto total destinado a TI, a soma de todos os investimentos, despesas e verbas alocadas em TI, incluindo: equipamento, instalações, suprimentos e materiais de consumo, software, serviços, comunicações e custo direto e indireto com pessoal próprio e de terceiros em TI, dividido pela receita da empresa.
 

Pode-se comprovar que quanto mais informatizada a empresa, maior é o valor desse Índice. Nos últimos 34 anos, ele cresceu 6% ao ano, passando de 1,3% em 1988 para 8,7% em 2021/22. Mesmo assim, existe muito espaço para crescer e chegar nos níveis dos países mais desenvolvidos.
 

Outro indicador, entre os mais de 50 analisados na Pesquisa, é o CAPU – Custo Anual de TI por Usuário de R$ 50.000: Gastos e Investimentos em TI dividido pelo número de usuários da empresa. Seu comportamento não tem economia de escala, cresce com o tamanho da empresa. Varia conforme o ramo, nas empresas de Serviços a média é R$ 58.000,na Indústria R$ 45.000, no Comércio R$ 32.000 e atinge R$125.000 nos Bancos.
 

Nos Bancos em 2021 e 2022 os Gastos e Investimentos com TI crescem 11% ao ano, atingindo 32 bilhões de reais em 2022, isto é, 15% do valor total das empresas no Brasil.
 

A Pesquisa levanta a participação no mercado dos fabricantes de 26 categorias de Software. A Microsoft continua dominando várias categorias no usuário final, algumas com mais de 90% do uso. Os fabricantes que mais cresceram sua participação, foram: Google e Qlik.
 

Os Sistemas Integrados de Gestão (ERP) da TOTVS e da SAP têm 33% do mercado cada, Oracle 11% e outros 23%. A TOTVS lidera nas menores e SAP nas maiores empresas.
 

As novas tecnologias provocam a necessidade de integrar cada vez mais o físico com o digital e demandam a implementação de novos processosintegrados internamente, externamente e principalmente com o ecossistema da empresa. Assim sendo, o “novo” ERP continua a ser o coração da transformação digital.
 

Os programas de Inteligência Analítica (BI – Business Intelligence and Analytics) continuam sendo uma categoria de destaque e entre as mais lucrativas para os fabricantes. SAP, Oracle, TOTVS, Microsoft, Qlik e IBM, nesta ordem, são os líderes desse com 94% do mercado. Apesar de todo esse arsenal de ferramentas modernas, 90% do uso de Inteligência Analítica no departamento financeiro das empresas é Excel.
 

A Pesquisa aprofunda seus estudos em três ramos da economia: nos Bancos, onde ressaltamos queo volume de transações por meios virtuais com origem no celular (Mobile Banking) e Internet tendem a 90% das transações, desse total perto de 90% por smartphone, nos Hospitais privados temos o inovador CAPL – Custo Anual de TI por Leito de R$ 162.000 e no Agronegócio mostramos um comportamento parecido, com a média da indústria.

Dois temas merecem destaque: pela primeira vez apareceram projetos prioritários de TI como instrumento para apoio e implementação de ESG – Environment, Socialand Governance e cresceua dificuldade na busca e na retenção de talentos de TI, a oferta de mão de obra de TI está cada vez mais defasada da demanda nacional e mundial.

27 de maio de 2022