Ranking internacional de qualidade educacional aponta, ainda, que três das melhores faculdade de Odontologia do mundo estão no país.
Qualidade aliada à quantidade. Este é o ideal almejado por qualquer profissional, empresa ou segmento de mercado. Pois esta é a realidade do mercado de odontologia no Brasil. De acordo com dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Brasil possui atualmente 372.753 cirurgiões-dentistas, ou 20% do total global de profissionais. Ou seja, um em cada cinco profissionais são brasileiros.
Considerando uma população total de 212,6 milhões, isso se traduz em 570 habitantes/cirurgião-dentista. Trata-se de uma das maiores média do mundo. “Esse número aponta para um segundo fator, a meu ver ainda mais importante. A qualidade do profissional que nossas faculdades entregam ao mercado”, analisa Dr. Roberto Cury, presidente da SINOG (Associação Brasileira de Planos Odontológicos), entidade que representa 62% do mercado em número de beneficiários.
Dr. Roberto tem razão. De acordo com a organização internacional Center for World University Rankings (CWUR), que identifica as melhores instituições de ensino do mundo em cada área do conhecimento, o Brasil possui três das 10 melhores faculdades de odontologia do mundo. Segundo o ranking, a Universidade de São Paulo (USP) é a melhor do planeta; a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) figura em quarto e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em quinto. A Universidade de Harvard/EUA (2º) e a Universidade de Berna/Suíça (3º) completam o Top Five.
Em busca de uma democratização do acesso à saúde bucal
Apesar de registrar um dos melhores percentuais profissional/população atendida do mundo, o brasileiro ainda carece de cuidados com sua saúde bucal. De acordo com a pesquisa “Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança”, realizado pela consultoria internacional Edelman Insights, a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a vida de pessoas com idade entre 45 e 70 anos na região. A pesquisa ouviu 600 pessoas na América Latina, 151 deles brasileiros, e reforça que a perda de dentes impede os entrevistados de ter um padrão de vida mais saudável e ativo. Essas estimativas também indicam que 41,5% da população chega aos 60 anos de idade com a arcada totalmente comprometida.
“Esta é uma de nossas principais batalhas: permitir que um maior número de brasileiros tenha acesso aos planos odontológicos. Atualmente o ticket médio mensal é de R$20. Apesar de baixo, sabemos que para muitas famílias é algo ainda inviável. Por isso, reivindicamos que o Poder Legislativo adote regras que diferenciem os planos odontológicos dos médico-hospitalares. Queremos, por exemplo, dar desconto por tempo de adesão. Mas com a legislação atual, somos impedidos”, reforça Dr. Cury.
Outro ponto que deve ser considerado é que, paralelamente ao trabalho desenvolvido pela SINOG, verifica-se um esforço das empresas associadas no sentido de desenvolver novos produtos com coberturas direcionadas. Isso se mostra eficaz quando se observa a criação de canais de distribuição tanto no varejo como na internet que levam a um entendimento cada vez maior desse segmento. Tal comportamento agrega às demais ações a inclusão de um número maior de beneficiários que passam a ter uma cobertura odontológica plena e de qualidade.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ibope mostram que, no Brasil, 39 milhões de pessoas utilizam prótese dentária. Além dos mais, os números indicam que 16 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente.