Aumento nos financiamentos aprovados impusionaram as vendas
Um aumento de 10 pontos percentuais no volume de financiamentos concedidos por bancos, de 58,7% para 68,97%, fez com que as vendas de imóveis usados crescessem 10,85% em novembro frente a outubro em Santo André, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.
O crescimento foi constatado em pesquisa feita com 99 imobiliárias e corretores credenciados dessas cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
Afora os 68,97% de casas e apartamentos vendidos com crédito bancário em Novembro, outros 20,69% foram adquiridos à vista e 10,34% tiveram o pagamento da compra parcelado pelos donos dos imóveis.
As imobiliárias e corretores venderam mais casas (63,41% do total) do que apartamentos (36,59%), e 69,44% deles com preços médios até R$ 400 mil. Esses imóveis estão distribuídos por bairros de periferia (43,1%), centrais (37,93%) e nobres (18,97%) e têm padrão construtivo standard (54,05%), médio (37,84%) ou luxo (8,11%).
Tanto as casas quantos os apartamentos mais vendidos foram os de 2 dormitórios (57,89% e 76,47% do total, respectivamente) e com área útil entre 101 e 200 metros quadrados (42,11% das casas) e até 50 m2 (41,18% dos apartamentos).
“O que a pesquisa do CreciSP mostrou em novembro em Santo André e região foi a importância e relevância dos financiamentos para o mercado imobiliário”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. “O crédito move tanto a construção de novos quanto a venda dos usados, e quanto maior o volume financiado, menor a pressão sobre os aluguéis pois o aumento da oferta tende a reduzir os preços, num círculo virtuoso de benefícios econômicos e sociais”, acrescenta.
Viana Neto faz votos para que o crédito bancário “aumente significativamente este ano” ao lembrar que o País tem atualmente um déficit habitacional de 5,6 milhões de moradias e que o dinheiro das cadernetas de poupança financiou a aquisição e construção de 801,6 mil imóveis entre Janeiro e Novembro de 2021, segundo a Abecip. “Nesse ritmo, levaremos no mínimo sete anos para eliminar o déficit, mas há uma conta no vermelho ainda pior”, ressalta.
O presidente do CreciSP se refere à quantidade de residências que, segundo a Fundação João Pinheiro, apresentam algum tipo de inadequação e que somam 24,8 milhões no País. Entre essas inadequações estão a falta de conexão de água e esgoto, ausência de banheiro, cobertura e piso inadequados. “O tempo para construir casas decentes no lugar dessas precárias ultrapassa gerações, seria de 31 anos se mantida a média de 801 mil unidades financiadas anualmente”, estima Viana Neto.
Locação cai 12,39%
As 99 imobiliárias pesquisadas pelo CreciSP em Santo André e nas outras cinco cidades vizinhas registraram em novembro queda de 12,39% comparado a outubro no número de imóveis alugados. O que se manteve inalterado foi o preço médio do aluguel das casas e apartamentos mais contratados – R$ 1.250,00. Em novembro, imóveis nessas faixas de preços representaram 66,68% das locações e, em outubro, 54,55%.
Foram alugados mais casas (79,17%) do que apartamentos (20,83%), distribuídos por bairros de periferia (57,14%), de áreas nobres (25%) e próximos ao centro das cidades (17,86%). Têm padrão construtivo médio 52,63% dessas residências, 36,84% são do padrão standard e 10,53%, luxo.
A pesquisa CreciSP apurou que as casas mais alugadas foram as de 2 dormitórios (53,85% do total), com área útil entre 51 e 100 metros quadrados (61,54%) e uma vaga de garagem (76,92%).
Houve divisão entre os novos inquilinos na escolha do tipo de apartamento alugado: 40% têm 1 dormitório, 40% têm 2 e 20% são quitinetes. A área útil de 60% deles é de até 50 metros quadrados, mesmo percentual dos que têm uma vaga de garagem.