Estudo inédito realizado pela gestora Outcast, em parceria com Distrito, traz mapeamento do setor no Brasil, com tendência de crescimento
Entre 2010 e 2021, os investimentos em foodtechs ultrapassaram o valor de US$ 1 bilhão no Brasil. Somente em 2018, foram investidos US$ 515 milhões e, em 2021, após uma baixa durante a pandemia de Covid-19, ganharam novo fôlego, atingindo um total de US$ 386 milhões. Os dados são do Report Foodtech 2022, estudo inédito elaborado pela Outcast Ventures, gestora de investimentos especializada em foodtech, em parceria com o Distrito, plataforma de inovação aberta e transformação digital.
O levantamento apresenta um mapeamento sobre o setor de foodtechs no Brasil, com 357 startups, divididas em sete categorias (Super Foods, Food Delivery, Smart Kitchen & Restaurant Tech, Farm-to-table, Food Safety & Traceability, Consumer Service e Waste Management), além do histórico de investimentos, tendências de crescimento, principais modelos de negócio e panorama de empregabilidade.
Para o CEO da Outcast, José Rodolpho Bernardoni, o objetivo principal é que o levantamento auxilie tanto empreendedores a caminhar pelo universo das foodtechs. “É necessário mostrar aos investidores que esse é um setor em franca expansão. São eles, juntos, que irão liderar a revolução tecnológica que vai transformar radicalmente o sistema alimentar e solucionar suas ineficiências”, afirma.
O estudo evidencia que o total de US$ 1 bilhão em investimentos foi feito em todas as categorias de foodtechs elencadas, o que mostra uma diversificação do setor, mesmo com uma concentração na categoria de Food Delivery, que inclui empresas como iFood, por exemplo. Essa, aliás, foi a startup que mais recebeu investimentos (US$ 591 milhões), seguida pelo Daki (US$ 170 milhões) e pela Fazenda Futuro (US$ 82 milhões).
Também foi notada uma grande concentração de deals (ofertas) em estágios iniciais, que revelam o quanto o setor está trazendo oportunidades. Além disso, a pesquisa revela que, apesar do número de investimentos ser maior em rodadas pré-seed e seed (28 e 52 deals, respectivamente), aportes têm sido feitos em todas as outras rodadas. Na análise dos autores do estudo esse é um indicativo de que o mercado está validando muitas hipóteses e, aos poucos, construindo uma linha de crescimento.
“Solucionar as ineficiências do sistema alimentar é um dos grandes desafios que as startups do setor de alimentos e bebidas, as foodtechs, precisam enfrentar nos próximos anos para dar conta de alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050. Mas, para que os empreendedores dessa cadeia prosperem, é importante conhecer a fundo o ecossistema e compreender o histórico de investimentos desse mercado”, ressalta o CEO da Outcast.
Internacionalmente, o crescimento do mercado de foodtechs também parece ser uma tendência. O estudo mapeou mais de 10 mil novas startups desde 2016, sendo 56 unicórnios e cerca de US$ 68 bilhões investidos. Só em 2021, foram registradas 591 aquisições.
O report ainda destaca as tendências do mercado para um futuro inovador. Entre elas, estão o crescimento dos setores voltados à produção de proteínas alternativas, uma maior transparência na cadeia de suprimentos e a busca por serviços de nutrição personalizada.CEO do Distrito, Gustavo Gierun, compartilha que as startups sempre transformam o mercado em que atuam e com o setor alimentício não é diferente. “Mesmo sendo uma disrupção mais recente comparada à provocada pelas fintechs, por exemplo, já temos grandes foodtechs oferecendo tecnologias inovadoras aliadas ao consumo sustentável e a cadeias produtivas mais transparentes. O mapeamento comprova em dados o que o dia a dia estava sinalizando”, compartilha.