Monica Schimenes*
Todos fomos pegos de surpresa com a pandemia em 2020. No ano seguinte, esperávamos melhores notícias, mas já mostrávamos algum preparo para seguir enquanto não houvesse vacina. Já neste ano, em 2022, parece que enfim estamos decolando: os eventos voltaram, acabaram as principais regras de distanciamento e, mesmo com o uso de máscara obrigatório, já vemos as coisas acontecendo novamente.
Mesmo diante de todos os avanços que este ano nos trouxe e trará, ainda vemos o surgimento de novas variantes, que causam incertezas sobre as possíveis complicações que novas restrições possam acarretar. Para o cenário empreendedor, nunca tivemos tanta formação em tão pouco tempo.
De acordo com levantamento da Udemy, marketplace de ensino à distância e aprendizagem, a procura por cursos online teve um aumento de 161% em 2020. A necessidade do imediatismo, quando era necessário tirar todos das ruas, fez com que a busca por soluções, inovações, leituras, pesquisas e estudos fizessem parte obrigatória de nossa rotina para continuarmos com nossas responsabilidades da maneira que era possível. Esse tempo de preparo foi como se tivéssemos feito um MBA em empreendedorismo durante esses anos de pandemia. Contudo, quando vemos um novo cenário trazendo novamente o híbrido – pois não vamos poder voltar 100% presencial – conseguimos entender que já vivemos momentos piores e temos soluções para isso.
Economicamente falando, aprendemos a viver com menos, gastar menos e enxugar os custos da empresa. Aprendemos a cobrar de maneira diferente, tivemos que ajustar a equipe, remodelar contratações e adaptar as estratégias. Dessa forma, com a chegada de 2022 e seus novos desafios, é possível nos apoiarmos em nossas experiências e bagagens, que – até então – não tínhamos, para encontrar soluções e oferecê-las para o mercado.
De uma maneira ou de outra, foi preciso se ajustar. Para quem trabalha com B2C, as pessoas vão continuar consumindo, mas consumindo o quê? Qual é a adaptação necessária da minha prestação de serviço para que eu consiga ter um produto ajustado, que meu cliente consumirá? Fato é que as estratégias de consumo mudaram, mas como nos adequamos a esse cenário de incertezas?
A palavra chave é ‘planejamento’. Quanto mais atualizados e acompanhando o ritmo e o cenário atual, melhor. Na minha empresa, sempre fizemos um planejamento de cinco anos, depois passamos a fazer para dois, em seguida para um. A partir do ano passado, começamos a fazer trimestralmente, pois não tínhamos como garantir estabilidade de seis meses ou um ano. Dessa forma, fizemos um planejamento para 2022 e combinamos que faríamos uma atualização a cada três meses com tópicos da estratégia sendo revistos toda semana.
Em 2022, vamos enfrentar diversos novos desafios, mas o que deve permanecer na cabeça do empreendedor é que já vivemos tempos piores e agora temos bagagem e conhecimento de como lidar com o que for apresentado. Portanto, que venham novos desafios, pois agora temos de onde tirar a solução para poder encontrar esperança para seguir lutando e crescendo.
*Fundadora e CEO da MCM Brand Experience, grupo de comunicação integrada com atuação nacional e internacional, comprometido com a performance e responsável com a diversidade e inclusão.É presidente do Conselho de Empresárias da WEConnect International do Brasil, foi eleita “Mulher Empreendedora Global do Ano” pela WEConnect International, reconhecida como empreendedora Global pela IWEC International e é participante do programa Winning Women da EY. Com mais de 20 anos de experiência em gerenciamento de marketing, comunicação e eventos, é responsável por contas como: IBM Brasil, BASF, Johnson & Johnson, Nestlé, Google, Suvinil, Dell, Unilever e outros.