Apesar da alta, alguns cortes suínos e bovinos apresentaram queda no período
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), registrou em janeiro inflação de 0,92% e de 10,11% no acumulado de 12 meses.
Os cortes bovinos, depois de subida de 13,85% no ano passado, apresentaram itens com redução de preço em janeiro, como é o caso do coxão mole, com deflação de 2,29%. A tendência é de estabilidade no valor da proteína bovina neste 1º trimestre. A projeção é baseada no equilíbrio dos custos de produção decorrente da acomodação dos preços da soja e do milho, commodities utilizadas na produção da ração dos animais.
A cesta dos suínos teve deflação de 6,63% nos últimos 12 meses e quedas importantes no preço de alguns cortes em janeiro, como pernil (-6,43%) e lombo (-5,17%). Essa deve continuar a ser uma opção de proteína animal a bom preço para o consumidor durante todo o trimestre. Economista da APAS, segundo Diego Pereira, os preços podem subir. “Como a Rússia elevou sua cota de importação de carnes suínas e um possível posicionamento de aquisição de carnes brasileiras poderá alterar os valores no mercado interno”, explica.
Efeitos climáticos impactam no preço dos hortifrutigranjeiros
Dentre os hortifrutigranjeiros (produtos in natura), o IPS geral registrado em janeiro aumentou 4,03% e 4,63% nos últimos 12 meses, principalmente por conta da alta dos legumes e verduras, que inflacionaram 12,21 % e 3,05% em janeiro, respectivamente.
O setor agrícola foi fortemente impactado em 2021 pelas alterações climáticas, que comprometeram muitas safras de commodities e de hortifrutigranjeiros. As chuvas registradas nos meses de janeiro e dezembro prejudicaram a colheita, o escoamento e a oferta dos produtos, o que levou à inflação desse grupo de alimentos.
Somam-se aos impactos das variações climáticas: a elevação no preço dos combustíveis, o alto custo da energia elétrica e a influência da inflação dos adubos e defensivos agrícolas no aumento do custo de produção de toda cadeia agrícola.
Industrializados têm alta
A cesta dos industrializados apresentou inflação puxada pela alta dos produtos derivados do trigo. Os itens panificados, com inflação de 1,65% em janeiro e de 10,99 % nos últimos 12 meses, pesaram no índice da categoria. O trigo utilizado na fabricação é importado, fator que afeta a cadeia produtiva com os efeitos da variação cambial. Mesmo com as estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de uma produção de trigo 23,20% maior em relação à safra passada e da elevação de 17,00% na área cultivada, a tendência é de alta nos preços para os próximos meses.
Cenário de bebidas, produtos de higiene e limpeza
Bebidas não alcoólicas registraram inflação de 0,49% no mês e de 8,30% nos últimos 12 meses. Um dos principais itens da cesta que contribuiu para a elevação foi o refrigerante, que subiu 1,02% no mês passado. Já o preço das bebidas alcoólicas teve queda de 0,11%, influenciado pela deflação de 0,32% da cerveja.
A alta dos artigos de higiene e beleza foi de 1,03% em janeiro e de 10,66% nos últimos 12 meses, principalmente do sabonete: inflação de 5,35 % no mês e 27,77% em 12 meses. Os produtos de limpeza sofreram aumento de 0,13% em janeiro e de 13,47% no acumulado de 12 meses, com destaque para o sabão em pó, o item com a taxa mais elevada: 0,35%.