O setor ainda apresentou um aumento de 2,71% de peça produzidas em relação a 2020
A indústria moveleira fechou 2021 em alta em comparação ao mesmo período de 2020, fase em que o isolamento social estava mais rigoroso. Apesar das pessoas em casa, o primeiro ano da pandemia trouxe altos e baixos para o setor de móveis, que teve queda de 1,35% no volume de peças produzidas no primeiro semestre, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).
A recuperação se deu na segunda metade de 2020 e não parou, em um momento em que os consumidores voltaram a atenção ao lar e ao conforto do home office. O ano passado apresentou uma recuperação de quase 10% em receita, totalizando mais de R$ 78 milhões e um aumento de 2,71% na produção de peças, cerca de 443 milhões de mercadorias fabricadas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a indústria brasileira fechou o ano com alta de 3,9%. A indústria moveleira apresentou um recuo de 25,8% em dezembro em relação ao mesmo período de 2020. A explicação do setor é que houve estabilidade nos números durante todo o ano, diferente do boom de 2020 no segundo semestre.
Com os números positivos, outras áreas são afetadas, como a de matéria-prima ou o serviço de montagem para o consumidor final. Como a Achei Montador, e-commerce especializado em montagem de móveis. A empresa sofreu uma brusca queda no auge da pandemia, com a insegurança dos clientes em receber uma pessoa de fora em casa, e com a baixa de compra de novos móveis.
O CEO da empresa, Geraldo Rigoni, comenta: “Percebemos que o nosso volume de chamados caiu bastante no início de 2020, mas o ano passado foi muito promissor, com os clientes mais confiantes e seguros com um profissional dentro da sua casa e o aumento de vendas de novas peças”, explica.
O setor de serviços mostrou recuperação em relação a 2020, com um fechamento recorde de 10,9%, o maior desde o início da série histórica do IBGE.
A indústria moveleira e os setores ao seu redor também apresentaram um saldo positivo em relação a criação de vagas, indo na contramão do cenário nacional. Segundo levantamento da Abimóvel, foram criados 2,66% mais empregos que 2020. “No ano passado, começamos a nossa capacitação com mulheres montadoras. Lançamos um curso gratuito para que elas aprendessem todo o processo de montagem e, ao final, oferecemos a oportunidade de trabalho em nossa plataforma. Fechamos o ano com mais de 7.200 profissionais espalhados pelo Brasil”, comenta Rigoni.
Para os próximos dois anos, a expectativa do mercado é a manutenção dos bons números do setor. Com o bom momento da construção civil e a adoção definitiva do home office, a estimativa é de um volume de produção cerca de 2% maior em 2022 e 4% em 2023, em relação ao ano passado. Já em relação de empregos, é esperado que haja um crescimento de mais de 2% nos próximos anos.