Em dezembro, empregos gerados no setor retornaram aos patamares pré-pandemia
O Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT) terminou o ano passado no nível mais alto desde fevereiro de 2020. Em dezembro, o número-índice chegou a 81,9, registrando alta mensal de 3,6% e variação anual de 39%. O indicador, do Conselho de Turismo (CT) da FecomercioSP – realizado em parceria com a SPTuris –, também apontou para a volta dos empregos gerados pelo setor aos patamares anteriores aos da pandemia. No mês, foram 400 mil empregados trabalhando em empresas relacionadas ao turismo na capital. Embora animadores, os resultados não refletem os impactos da variante ômicron, que, em janeiro, atingiu fortemente o setor, ocasionando cancelamentos em massa e muitas incertezas.
O estoque de empregos do turismo, no município de São Paulo, no 12º mês de 2021, significou um aumento de 1,7% em relação ao resultado de novembro. Na comparação anual, a alta é de 5%. O volume de contratações está relacionado ao crescimento da demanda em eventos, aeroportos, rodoviárias e agências. Assim, cresceu também a necessidade de recompor, gradualmente, o quadro de funcionários.
De forma geral, a retomada do turismo em São Paulo também se beneficiou do avanço da vacinação, que permitiu às empresas e à população voltar a uma relativa normalidade, sobretudo na segunda metade do ano passado. Contudo, apesar da sequência positiva que o setor vem apresentando – com a oitava alta consecutiva do indicador –, o turismo na cidade ainda está 18,1% abaixo do nível de janeiro de 2020 (base da série histórica).
Hotéis voltando ao ritmo pré-pandemia
A taxa de ocupação hoteleira na capital registrou aumento de 86%. O porcentual passou de 31,4% para 58,9%, entre os meses de dezembro de 2020 e 2021. Em relação a novembro, houve queda de 13,4%. Esta redução, no entanto, já era esperada. Em novembro, há vários feriados nacionais e um dos eventos mais importantes para a capital paulista, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 (GP São Paulo), os quais contribuem para aumentar a movimentação nos hotéis da cidade. A taxa de ocupação está também acima da observada em janeiro de 2020. Embora sejam períodos distintos, é sinal de que os hotéis já estão voltando ao ritmo pré-pandemia.
O avanço do IMAT, em dezembro, também foi alavancado pela movimentação nos aeroportos e nas rodoviárias. Nestas últimas, o aumento mensal foi de 21,1%, e no contraponto anual, um incremento de 45%. Pelos aeroportos, passaram 4,5 milhões de passageiros – 49% a mais do que em dezembro de 2020 e 15,2% acima do registrado em fevereiro. Apesar disso, os resultados de ambos estão abaixo dos patamares pré-crise sanitária (-35% e -26%, respectivamente). O faturamento das empresas do setor foi 11,7% maior em relação a novembro. Já em comparação a dezembro de 2020, a alta foi de 38%.
Mais segurança para planejamento
Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, o resultado do IMAT de dezembro sinaliza que a atividade econômica da cidade já está em condições de permitir aos empresários mais segurança em ações de planejamento, valendo-se do aprendizado dos últimos dois anos. Enquanto algumas atividades podem não retomar aos índices de antes da pandemia, como é o caso do turismo de negócios, outras podem substituí-lo, especialmente na combinação de eventos e atividades específicas da cidade, como a gastronomia, a cultura e o comércio especializado.
“A consistência nos resultados na cidade de São Paulo serve como um bom indicador do que pode acontecer em outras capitais do País. É fundamental, no entanto, manter a atenção em todas as questões ligadas à economia e à pandemia nos próximos meses”, avalia ela.
Nota metodológica
O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, assim como dos passageiros das rodoviárias, a taxa média de ocupação hoteleira na cidade, o faturamento do setor do turismo na capital e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo. O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.